Distopia?
Recomendo
O que mais intriga nos autores das chamadas "distopias", seja Huxley, Orwell, Bradbury e, em certa medida, Verne, é a incrível capacidade de antever fatos e situações que, se soaram como absurdos na época em que foram publicados, agora nos parecem perfeitamente factíveis, prova do seu incrível poder de previsão, antevendo e até detalhando fatos do modo de vida das sociedades humanas no futuro. Pois bem, se considerarmos a divisão de classes, e castas, das sociedades atuais, inter e intra estados, podemos nos dar conta de que Huxley chegou perto do que estamos assistindo no mundo de hoje, com segmentos sociais envolvidos de alta tecnologia, conforto, a par de outros que afundam, dia a dia, na miséria e na ausência do mínimo necessário e suficiente, sendo até mesmo isolados em guetos, ou, como preferiu Huxley, em ilhas até para apreciação e deleite dos "privilegiados" dos grupos mais elevados do tal " Admirável Mundo Novo". Assim, como drogas consumidas pelos personagens do texto de Huxley garantiam o equilíbrio do comportamento, o bem estar e a "felicidade" dos indivíduos, hoje as sociedades dispõem de uma infinidade delas, divididas, genericamente, entre "lícitas e ilícitas", cada vez mais potentes e acessíveis a todos os grupos socioeconômicos. Ah, e o que dizer das "drogas virtuais" que alienam por meio das redes sociais, dividindo as pessoas, ministrando doses cada vez maiores de "fatos" criados exatamente para atingir grupos determinados. Pois é, queiramos ou não, estamos caminhamos para algo muito parecido com o tal Mundo Novo de Huxley. Quem viver, verá.
Alcir
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